Doce de tomate

É o cineasta espanhol Carlos Saura quem questiona o período da infância como um momento de pura felicidade. Alerta-nos, o cineasta, do tanto de temores e inseguranças vividos nessa fase da vida. Concordo com ele. Mas  quando o assunto é bolo e doce, somos surpreendidos por boas recordações. Pois então... esse é o caso do doce de tomate tão bem feito pela minha mãe. Hoje, faminta por boas memórias tentei reeditá-lo, evocando a lembrança do cheiro de açúcar caramelando, a textura macia do tomate... e foi assim que nasceu o tal doce.

Eu fiz assim: escolhi 2 quilos de tomates maduros ( bem que poderiam ser mais graúdos) e fiz uma cruz em cima de cada tomate, levei à água fervendo e depois retirei a pele. Cortei ao meio e com cuidado para não desmanchar, retirei as sementes.

Coloquei no fogo uma panela com  01 litro de água e 04 xícaras de açúcar. Deixei virar uma calda como se fosse doce de goiaba, mas um pouco mais apurado. Coloquei os tomates e deixei apurar. Sim, coloquei também um pedaço de canela e 02 cravos. Quando  os tomates estavam bem rosados e a calda ligeiramente espessa, percebi que era hora de retirar do fogo e colocar numa compoteira. Ficou bem menos bonito do que os doces da minha mãe, mas o delicioso sabor fez rebobinar algumas tardes vividas na varanda de uma casa da Rua São Paulo.